viernes, 24 de mayo de 2013

Estrutura e finalidade do Catecismo da Igreja Católica



Logotipo do Catecismo da Igreja Católica, desenhado a partir de uma lápida cristã das catacumbas  de Domitila (s. III). 
Esta imagem, de origem pagã, simboliza o descanso e felicidade da vida eterna. 
Em relação como catecismo, a imagem representa a Cristo, Bom Pastor, que guia e protege os seus fieis (as ovelhas)  
 e com a usa autoridade (o cajado) os traz com a suave sinfonia da verdade (flauta) e os faz descansar à sombra 
do “da árvore da vida”: sua cruz redentora 
(cf. Catecismo y seu compendio, contraportada).


 
Uma das claves do Catecismo da Igreja católica e do seu compendio é sua estrutura, composta de quatro partes nesta ordem: o Credo, os sacramentos, a moral e a oração. O catecismo toma esta estrutura do Catecismo Romano ou Catecismo de Trento (s. XVI) e a apresenta de uma forma nova, conforme as necessidades atuais.


Um díptico pedagógico: os dons de Deus y nossa resposta

Essas quatro partes podem ser vistas como um díptico que apresenta o conteúdo do Catecismo em duas metades: o que Deus nos dá e a nossa resposta. Em uma conferencia pronunciada nos Estados Unidos em 1993, Christoph Schönbon – secretario da comissão redatora do Catecismo – assumia estas palavras de Pedro Rodríguez, autor da edição crítica do catecismo Romano ou Catecismo de Trento: “a opção é evidente: o Catecismo Romano, antes de apresentar ao cristianismo o que deve fazer, quer declará-lo quem e como ele é (...). De fato, a ordem doutrinal do Catecismo de Trento não tem quatro partes, senão que se apresenta como um díptico magnífico tomado da tradição: por um lado, os mistérios da Fe em Deus uno e Trino, tal como é professada (Credo) e celebrada (sacramentos). Por outro lado, a vida cristã segunda a fé – fé que se move pela caridade – expressada em um estilo cristão de vida (decálogo) e em uma oração filial (Pai-nosso)”.

Desta forma, a articulação entre as quatro partes do Catecismo da igreja Católica se pode resumir dizendo antes de todo que a Fe cristã inclui os sacramentos (“os sacramentos da Fé”: cfr. Compendio, n. 228). Somente com esses dons de Deus, que nos dão uma participação da vida trinitária através da graça, podemos “depois” viver uma vida coerente à nossa comunhão com deus. A vida cristã, presidida pela caridade, é um fruto dos sacramentos que se manifesta também no diálogo com Deus: a oração.

Dizendo brevemente, a primeira metade do Catecismo apresenta as obras de Deus para nós (a fé e os sacramentos) e a segunda, nossa resposta aos seus dons (a vida y a oração). Com a terminologia de Santo Tomás, se dirá: a Igreja é  communio sanctorum, que significa antes de qualquer coisa a comunhão com as “coisas santas” que Ele nos dá. E também significa “comunhão dos santos”, daqueles que participam das “coisas santas”, ainda que seja apenas incoativamente, aqui na terra.


El Catecismo declara sua estrutura

Por tanto, o catecismo da Igreja Católica mostra uma profunda “autocompreensão” de sua estrutura, concebida como articulação da exposição da fé (vid. Nn. 737-741). A primeira parte do Catecismo (o Credo) culmina expondo que a missão de Cristo (Verbo encarnado) y do Espírito Santo (em Pentecostes) estão ao serviço da comunhão dos cristãos com Deus Pai, que é a Igreja. A segunda parte mostra como, por meio dos sacramentos, Cristo comunica seu Espírito aos membros do seu Corpo Místico. A terceira parte se ocupa do fruto dos sacramentos, que é a vida nova (parte moral). Finalmente, a quarta parte se centra em uma consequência fundamental dessa vida nova: o diálogo com Deus na oração.

Sobre o Compendio do Catecismo, pode observar-se que reflete essa mesma “autocompressão” da estrutura cuatripartita nos nn. 114-146.


La finalidade do Catecismo: o “conhecimento amoroso de Deus” y de Jesus Cristo

Com essa estrutura, o Catecismo se propõe como finalidade o “conhecimento amoroso” do Deus único e de seu enviado Jesus Cristo, na línea do que já aportava o Catecismo Romano: “toda a finalidade da doutrina y do ensino deve ser posta no amor que não acaba. Porque se pode muito bem expor o que é preciso crer, esperar e fazer, mas sobre tudo se deve sempre fazer aparecer o amor de nosso Senhor, a fim de que cada um compreenda que todo ato de virtude perfeitamente cristão não tem outro origem que o Amor, nem outro término que o Amor” (Prefacio n. 10).

Essa é também a “força interior” e evangelizadora do Catecismo da Igreja católica (cjr. n. 429) e do seu compendio, que afirma no n. 80: “... também hoje, o desejo de evangelizar e catequizar, ou seja, de revelar na pessoa de Cristo todo o desígnio de Deus, e pôr à humanidade em comunhão com Jesus, nasce deste conhecimento amoroso de Cristo”.

Em suma, a totalidade da vida cristã, sobre a base da Fe e dos sacramentos, é um serviço a Deus, e,  por Ele e com a sua graça, que dilata o coração do homem,  a todas as pessoas do mundo.  A única condição para dar testemunho do Amor de Deus no mundo é a comunhão de amor com a Trindade, pela graça que nos comunica a vida cristã. Isso sucede sobre tudo na Eucaristia, onde o mesmo autor da graça se dá a nós, Jesus Cristo, e neste sacramento da penitencia, que nos purifica para receber a Eucaristia com maior plenitude cada vez. 

Com frequência a liturgia da Igreja põe na boca dos fieis as pregarias que manifestam a realidade da Fé e da vida cristã, como estas, dirigidas a Deus Pai: “Infunda em nós, Senhor, o Espírito de tua caridade para que, alimentados do mesmo pão do céu, permaneçamos sempre unidos pelo mesmo amor. Por Jesus Cristo, nosso Senhor” ( pós-comunhão, sexta-feira da 32ª semana). “Senhor,Vós que devolvestes a inocência e a amais, guia até Vós os corações de vossos servos, para que acolhendo o Vosso Espírito com fervor, permaneçam firmes na fé y eficazes nas obras. Por Jesus Cristo nosso Senhor” (coleta, quinta-feira da 2ª semana).

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