El Greco, El Expolio (1577-1579), Catedral de Toledo (España)
Os
primeiros santos canonizados pelo Papa Francisco, 12 de maio, são quase 800
mártires de Otranto (Itália), decapitados em 1480, e duas religiosas, da
Colômbia e México.
A
canonização dos mártires de Otranto (beatificados em 1771 por Clemente XIV,
papa franciscano), foi decidida por Bento XVI na mesma audiência em que
anunciou sua renúncia (11/02/2013).
Estes
mártires, nas palavras do Papa Francisco, “se recusaram negar a própria fé e
morreram confessando Cristo ressuscitado. Onde
encontraram força para permanecerem
fiéis? Exatamente na fé, que faz ver os limites do nosso olhar humano, a limitação da nossa vida terrena, faz
contemplar 'o céu aberto' – como disse santo Estevão – e o Cristo vivo à
direita do Pai”.
Isto, observa o Papa, “nos convida a conservar a fé que
recebemos, como um verdadeiro tesouro, pois Deus não nos deixará faltar força e
serenidade”; e ao mesmo tempo “rogamos a Deus que sustente os cristãos que em
tantas partes do mundo, ainda hoje, sofrem violência e dê a eles a coragem da
fidelidade e de responder ao mal com o bem”.
A santidade implica o anúncio da fé
A
primeira santa colombiana, santa Laura Montoya Upegui (1874-1949), foi “instrumento
de evangelização, primeiro como professora e depois como mãe espiritual dos
índios, levando esperança, acolhendo-os com o amor que aprendeu de Deus e
levando o Senhor com uma eficácia pedagógica que respeitava a cultura local e
não a contrapunha”.
Esta
santa, destaca o Papa, “nos ensina a sermos generosos com Deus, a não vivermos
a fé sozinhos – como se fosse possível viver a nossa fé de forma isolada – mas a
comunicá-la, a levar a alegria do Evangelho com a palavra e o testemunho de
vida em todos os ambientes nos quais nos encontramos”.
E acrescenta: “Em
qualquer que seja o lugar onde vivemos, nos ensina a ver o rosto de Jesus refletido no outro, a vencer a indiferença e o individualismo, que corroem a comunidade cristã e o nosso coração e
nos ensina a acolher todos sem preconceito, sem reticências, com amor sincero,
dando a eles o melhor de nós e sobretudo partilhando com eles aquilo que temos
de mais precioso, que não são as
nossas obras ou as nossas organizações, não! O que temos de mais precioso é
Cristo e seu Evangelho”.
Renunciar a uma vida cômoda, sair ao encontro dos
necessitados
No
México, santa Guadalupe García Zavala (“madre Lupita”: 1878-1963), renunciou a
uma vida cômoda, para seguir o chamado de Jesus. Assim disse o Papa Francisco,
enfatizando “quanto dano causa a vida
fácil, o bem-estar, o “endurecimento” do coração nos paralisa”.
Concretamente, “Madre Lupita se ajoelhava no chão do hospital diante dos
doentes e abandonados para servi-los com ternura e compaixão. E isso se chama: 'tocar a carne de Cristo'. Os pobres,
os abandonados, os enfermos, os marginalizados são a carne de Cristo. E a madre
Lupita tocova a carne de Cristo e nos ensinou este modo de agir: não se
envergonhar, não ter medo, não sentir repugnância ao “tocar a carne de Cristo!”
E
assim também somos todos convidados para que – de modos bem diversos, segundo
nossas circunstâncias – amemos como o Senhor nos amou: “E isso exige não se fechar em si mesmo,
em seus próprios problemas, idéias, neste pequeno mundo que nos causa
tantos danos, mas a sair e ir ao encontro daqueles que precisam de atenção, de
compreensão, ajuda, para levar a eles a calorosa proximidade do amor de Deus,
por meio de gestos de delicadeza, de afeto sincero e de amor".
Fidelidade (com coragem até o martírio se
necessário), evangelização e caridade
São
os ensinamentos dos santos que suscitam questionamentos à nossa vida cristã.
Por isso conclui o Papa com algumas perguntas para respondê-las ao longo do dia:
"Como sou fiel a Cristo? (...) Sou capaz de
'mostrar' a minha fé com respeito, mas também com coragem? Estou atento aos
outros, percebo quem está necessitado, vejo, em todos, irmãos e irmãs a serem
amados?"
Em
suma, neste dia histórico se manifesta a unidade da Sé de Pedro, em torno a
santidade dos cristãos: uma santidade que se expressa e alcança no martírio, na
evangelização e na caridade.
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