jueves, 30 de mayo de 2013

Santidade: fortaleza, evangelização e preocupação com os mais fracos



 El Greco, El Expolio (1577-1579), Catedral de Toledo (España)

Os primeiros santos canonizados pelo Papa Francisco, 12 de maio, são quase 800 mártires de Otranto (Itália), decapitados em 1480, e duas religiosas, da Colômbia e México.

A canonização dos mártires de Otranto (beatificados em 1771 por Clemente XIV, papa franciscano), foi decidida por Bento XVI na mesma audiência em que anunciou sua renúncia (11/02/2013). 

Estes mártires, nas palavras do Papa Francisco, “se recusaram negar a própria fé e morreram confessando Cristo ressuscitado. Onde encontraram força para permanecerem fiéis? Exatamente na, que faz ver os limites do nosso olhar humano, a limitação da nossa vida terrena, faz contemplar 'o céu aberto' – como disse santo Estevão – e o Cristo vivo à direita do Pai”. 

 

Isto, observa o Papa, “nos convida a conservar a fé que recebemos, como um verdadeiro tesouro, pois Deus não nos deixará faltar força e serenidade”; e ao mesmo tempo “rogamos a Deus que sustente os cristãos que em tantas partes do mundo, ainda hoje, sofrem violência e dê a eles a coragem da fidelidade e de responder ao mal com o bem”.


A santidade implica o anúncio da fé

A primeira santa colombiana, santa Laura Montoya Upegui (1874-1949), foi “instrumento de evangelização, primeiro como professora e depois como mãe espiritual dos índios, levando esperança, acolhendo-os com o amor que aprendeu de Deus e levando o Senhor com uma eficácia pedagógica que respeitava a cultura local e não a contrapunha”.

Esta santa, destaca o Papa, “nos ensina a sermos generosos com Deus, a não vivermos a fé sozinhos como se fosse possível viver a nossa fé de forma isolada – mas a comunicá-la, a levar a alegria do Evangelho com a palavra e o testemunho de vida em todos os ambientes nos quais nos encontramos”. 

E acrescenta: “Em qualquer que seja o lugar onde vivemos, nos ensina a ver o rosto de Jesus refletido no outro, a vencer a indiferença e o individualismo, que corroem a comunidade cristã e o nosso coração e nos ensina a acolher todos sem preconceito, sem reticências, com amor sincero, dando a eles o melhor de nós e sobretudo partilhando com eles aquilo que temos de mais precioso, que não são as nossas obras ou as nossas organizações, não! O que temos de mais precioso é Cristo e seu Evangelho”. 


Renunciar a uma vida cômoda, sair ao encontro dos necessitados

No México, santa Guadalupe García Zavala (“madre Lupita”: 1878-1963), renunciou a uma vida cômoda, para seguir o chamado de Jesus. Assim disse o Papa Francisco, enfatizando “quanto dano causa a vida fácil, o bem-estar, o “endurecimento” do coração nos paralisa”. Concretamente, “Madre Lupita se ajoelhava no chão do hospital diante dos doentes e abandonados para servi-los com ternura e compaixão. E isso se chama: 'tocar a carne de Cristo'. Os pobres, os abandonados, os enfermos, os marginalizados são a carne de Cristo. E a madre Lupita tocova a carne de Cristo e nos ensinou este modo de agir: não se envergonhar, não ter medo, não sentir repugnância ao “tocar a carne de Cristo!”

E assim também somos todos convidados para que – de modos bem diversos, segundo nossas circunstâncias – amemos como o Senhor nos amou: “E isso exige não se fechar em si mesmo, em seus próprios problemas, idéias, neste pequeno mundo que nos causa tantos danos, mas a sair e ir ao encontro daqueles que precisam de atenção, de compreensão, ajuda, para levar a eles a calorosa proximidade do amor de Deus, por meio de gestos de delicadeza, de afeto sincero e de amor".

 
Fidelidade (com coragem até o martírio se necessário), evangelização e caridade
 
São os ensinamentos dos santos que suscitam questionamentos à nossa vida cristã. Por isso conclui o Papa com algumas perguntas para respondê-las ao longo do dia: "Como sou fiel a Cristo? (...) Sou capaz de 'mostrar' a minha fé com respeito, mas também com coragem? Estou atento aos outros, percebo quem está necessitado, vejo, em todos, irmãos e irmãs a serem amados?"
 
Em suma, neste dia histórico se manifesta a unidade da Sé de Pedro, em torno a santidade dos cristãos: uma santidade que se expressa e alcança no martírio, na evangelização e na caridade.

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